quarta-feira, 6 de abril de 2011

Filosofia

Filosofia

Escola Estadual Miguel Gontijo

Professor Lúcio


Filosofia  concepção geral de mundo  forma de conduta diante da vida
Alguns filósofos, segundo Descartes, são como um cego que, para lutar sem desvantagens contra alguém que enxerga, leva o adversário para um subterrâneo escuro com seu vocabulário “turvo”.
É como diz Nietzsche: “alguns turvam suas águas para parecerem profundos”. No sentido corrente em que é usada, filosofia é concepção geral do mundo da qual se pode deduzir uma determinada forma de conduta. Por isso o termo “filosofia de vida”. A pessoa ou instituição está se referindo a uma teoria para nortear sua prática.
Uma concepção de mundo não é uma questão sem interesse. Duas concepções opostas levam a conclusões práticas também opostas. Se tivermos a concepção de que a sociedade pode ser mudada, como os filósofos da França do século XVIII como Condorcet (a sociedade pode melhorar, o homem é aperfeiçoável), vamos agir para melhorar a sociedade e a nós mesmos como homens.
Acaso achemos que não, como os filósofos franceses do século XIX, é insensato querer transformar o mundo, o “fundo das coisas” escapa à nossa compreensão, para quê quebrar a cabeça para melhorar a sociedade? Então, em toda filosofia há um sentido prático, um caráter de classe; ela serve a alguns e não a outros. Qual é a filosofia que decorre de uma cena de telenovela onde a empregada busca se tornar amante do patrão para ter uma vida melhor? “Cada um por si, a sociedade é uma selva, devore o outro antes que ele te devore”.
Filosofia conduta
Teoria vida prática
Se você pensa que a realidade é irreconhecível, suportará a vida como fatalidade. Se você pensa que a realidade poderá ser transformada, terá confiança e não conformismo, lutará e não se desesperará. A filosofia nos possibilita conhecer o mundo, assim como lutar por sua transformação.
Um exemplo: se o Congresso Nacional deu aumento de 132% para seus salários e para o da presidente, assim como para governador, prefeito, dos vereadores, mas quer dar somente 6%, seis reais, para os trabalhadores que ganham salário mínimo, que teoria podemos entender dessa conduta?
Sem uma teoria justa, não há ação vitoriosa. Para transformar a realidade é preciso conhecê-la. O homem conhece o mundo através das diversas ciências. Convém ao trabalhador ter uma concepção de mundo científica.
O universo é uma realidade material, o homem não é alheio à realidade, assim como o homem pode transformá-la como provam os resultados práticos obtidas pelas diversas ciências. Se puder se verificada na prática, uma filosofia é científica.

ATIVIDADE

1. O que uma pessoa que fala em “filosofia de vida” entende a respeito da filosofia?

A) Ela quer dizer que alguém pode dedicar toda sua vida à filosofia e assim tornar-se um filósofo.
B) A pessoa quer dizer que filosofia é um projeto de vida.
C) Ela quer dizer que uma filosofia faz com que alguém tenha uma determinada forma de conduta.
D) A pessoa quer dizer que só se pode vencer sem separar a filosofia da vida.

2. Segundo o texto acima, o que pensam Nietzsche e Descartes dos filósofos que dizem coisas muito difíceis ou obscuras:

A) Eles são confusos porque suas filosofias são turvas e eles são cegos, não entendem nada.

B) Alguns filósofos buscam confundir as pessoas através de um palavreado difícil e rebuscado, buscando mostrar-se mais sábios do que realmente são.

C) Nietzsche e Descartes estão dizendo a filosofia é para poucos e que ela é naturalmente turva e que torna as pessoas cegas e fanáticas.

D) Nietzsche e Descartes definem-se como filósofos, ou seja, o tipo de pessoas que falam difícil e que em geral buscam enlouquecer as pessoas.


3. Como o comportamento da pessoa diante da realidade varia de acordo com sua concepção teórica? Assinale a alternativa correta:

A) Se a pessoa acredita que pode transformar o mundo, ela lutará e será otimista.

B) Se a pessoa acredita que a vida não pode ser transformada, deve ficar confiante em si mesma e buscar o que é melhor para si.

C) Se o mundo é irreconhecível, deve-se reconhecer que a melhor filosofia é a religiosa e científica.

D) A filosofia é a ciência sem a qual o mundo fica tal e qual.

Karl Marx (Aula de Filosofia)

"Os filósofos não têm feito mais do que interpretar o mundo de diferentes maneiras, mas o que importa é tranformá-lo".

Marx, XI Tese sobre Feuerbach

A grande contribuição de Karl Marx é ter descoberto o "continente científico" História. E seria do mesmo modo que o continente Matemática pelos gregos, o continente Física por Galileu, a Química por Lavoisier, que é uma ciência regional do continente Física. Marx fundou a ciência da História chamada Materialismo Dialético.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Atividade de Filosofia (para o dia 8, sem falta)

Atividade de Filosofia


1. Interpretação de um texto filosófico. Leiam atentamente o seguinte texto e respondam às perguntas a respeito dele.


Lady Gaga: ninfa pós-feminista

Marcia Tiburi


Lady Gaga é o mais recente ídolo pop da cena internacional. Entenda-se por ídolo pop um indivíduo que encanta as massas com a habilidade artística de que é capaz sendo seu autor ou o mero representante de uma estética inventada por publicitários e estrategistas de produtos culturais. Nesse sentido, todo ídolo pop age como o flautista de Hamelin conduzindo por certo efeito de hipnose uma quantidade sempre impressionante de pessoas. Ele é também um guia estético e moral das massas. A propósito, entenda-se por massa um grupo de indivíduos que, ao se encontrar com outros, perde justamente a individualidade, tornando-se sujeito de sua própria dessubjetivação. Em outras palavras, ele é hipnotizado como se estranhamente desejasse sê-lo. A Indústria Cultural depende desse mecanismo, por meio do qual oferece ao indivíduo a oportunidade de se perder com a sensação de que está ganhando. O ídolo pop é a humana mercadoria que permite o gozo pelo logro que o espectador logrado aplica a si mesmo (...).
No vídeo de “Paparazzi” fica exposto o amor-ódio que um homem nutre por uma mulher, a invalidez à qual ela é temporariamente condenada por sua violência e, por fim, uma vingança inesperada com o assassinato desse mesmo homem. “Incitação à violência”, pensarão as mentes mais simples; “feminismo como ódio aos homens”, dirá a irreflexão sexista acomodada, quando na verdade se trata de uma irônica inversão no cerne mesmo do jogo simbólico que separa mulheres e homens. Se em “Paparazzi” o deboche beira o perverso autorizado psicanaliticamente (a mulher sai da posição deprimida ou melancólica e aprende a gozar com seu algoz, que ela transforma em vítima), em “Bad Romance”, “o vídeo mais visto de todos os tempos”, mulheres de branco – como noivas dançantes – surgem de dentro de esquifes futuristas para curar uma louca que chora querendo ter um “mau romance” com um homem. Um contraponto é criado no vídeo entre a imagem do rosto da própria Gaga levissimamente maquiado, demarcando o caráter angelical de sua personagem, em contraposição ao caráter doentio da personagem da mesma Gaga de cabelos arrepiados e olhos esbugalhados. Entre eles a bailarina sensual junto de suas companheiras faz o elogio do corpo que é obrigado a se erotizar diante de um grupo de homens.
A noiva é queimada. Sobre a cama, no fim, a noiva como um robô um pouco avariado, mas ainda viva, contempla o noivo cadáver. A ironia é o elogio do amor-paixão, do amor-doença e morte ao qual foi reduzido o amor romântico pela estética pop da ninfa pós-feminista. O feminismo só tem a agradecer.
Em “Telephone”, a estética eleita é a da lésbica e da pin-up. Ambas criminosas. A primeira por ser uma forma de vida feminina que dispensa os homens, a segunda por ameaçá-los com uma estética da captura (a mulher-imagem-de-papel, a mulher “cromo”, a mulher-desenho-animado que configura o conceito do “broto”, do “pitéu”). No mesmo vídeo o personagem de Gaga compartilha com Beyoncé uma cumplicidade incomum entre mulheres.
Esse sinal é dado no meio do vídeo, quando Beyoncé vai resgatar Gaga na prisão e ambas mordem um pedaço de pão, que logo é lançado fora como algo desprezível. A comida mostra-se aí como o objeto do crime. O vídeo é mais que um elogio ao assassinato do mau romance, ou da vingança contra o evidente amor bandido de quem a personagem de Beyoncé quer se vingar. Trata-se de uma profanação da comida pelo veneno que nela é depositado. O amor bandido é morto pela comida, uma arma simbólica muito poderosa associada à imagem da mulher-mãe, da mulher-doação, dedicada a alimentar seu homem na antipolítica ordem doméstica.
O palco é a lanchonete de beira de estrada como em Assassinos por Natureza, de Oliver Stone. O assassinato é o objetivo do serviço das duas moças perversas que, no fim do vídeo, dançam vestidas com as cores da bandeira norte-americana – meio Mulher Maravilha – diante dos cadáveres de suas vítimas, já que, além do amor bandido, todos morreram. Cinismo? Sem dúvida, mas como paradoxal autodenúncia. Mas o maior crime de Gaga, aquilo que fará com que tantos a odeiem, não será, no entanto, o feminismo sem-vergonha que ela pratica como uma brincadeira em que o crime é justamente o que compensa? E, como ídolo pop, não poderá soar aos mais conservadores como um modo de rebelar as massas de mulheres subjugadas pela perversa autorização ao gozo, doa a quem doer?

Revista Cult, 8 de maio de 2010.

1) Como a filósofa interpreta Lady Gaga?

2) para Márcia Tiburi, o que são ídolos?

3) O que é a massa, para Márcia Tiburi?

4) Qual o mecanismo importante para a indústria cultural que é referido pela filósofo e como ele age?

5) Como a cantora utilizaria o cinismo, conforme a interpretação da filósofa?

6) O que a filósofa entende por ídolo pop e qual sua importância para as massas?

7) Explique, com suas palavras, qual a interpretação que a filósofa faz dos seguintes vídeos de Lady Gaga: Paparazzi, Bad Romance e Telephone.

8) Qual seria, entender da filósofa, o crime de Lady Gaga?

9) Como se pode definir feminismo?

10) O que seria pós-feminismo para Márcia Tiburi?

Filosofia

Escola Estadual Miguel Gontijo

Professor Lúcio


Filosofia  concepção geral de mundo  forma de conduta diante da vida
Alguns filósofos, segundo Descartes, são como um cego que, para lutar sem desvantagens contra alguém que enxerga, leva o adversário para um subterrâneo escuro com seu vocabulário “turvo”.
É como diz Nietzsche: “alguns turvam suas águas para parecerem profundos”. No sentido corrente em que é usada, filosofia é concepção geral do mundo da qual se pode deduzir uma determinada forma de conduta. Por isso o termo “filosofia de vida”. A pessoa ou instituição está se referindo a uma teoria para nortear sua prática.
Uma concepção de mundo não é uma questão sem interesse. Duas concepções opostas levam a conclusões práticas também opostas. Se tivermos a concepção de que a sociedade pode ser mudada, como os filósofos da França do século XVIII como Condorcet (a sociedade pode melhorar, o homem é aperfeiçoável), vamos agir para melhorar a sociedade e a nós mesmos como homens.
Acaso achemos que não, como os filósofos franceses do século XIX, é insensato querer transformar o mundo, o “fundo das coisas” escapa à nossa compreensão, para quê quebrar a cabeça para melhorar a sociedade? Então, em toda filosofia há um sentido prático, um caráter de classe; ela serve a alguns e não a outros. Qual é a filosofia que decorre de uma cena de telenovela onde a empregada busca se tornar amante do patrão para ter uma vida melhor? “Cada um por si, a sociedade é uma selva, devore o outro antes que ele te devore”.
Filosofia conduta
Teoria vida prática
Se você pensa que a realidade é irreconhecível, suportará a vida como fatalidade. Se você pensa que a realidade poderá ser transformada, terá confiança e não conformismo, lutará e não se desesperará. A filosofia nos possibilita conhecer o mundo, assim como lutar por sua transformação.
Um exemplo: se o Congresso Nacional deu aumento de 132% para seus salários e para o da presidente, assim como para governador, prefeito, dos vereadores, mas quer dar somente 6%, seis reais, para os trabalhadores que ganham salário mínimo, que teoria podemos entender dessa conduta?
Sem uma teoria justa, não há ação vitoriosa. Para transformar a realidade é preciso conhecê-la. O homem conhece o mundo através das diversas ciências. Convém ao trabalhador ter uma concepção de mundo científica.
O universo é uma realidade material, o homem não é alheio à realidade, assim como o homem pode transformá-la como provam os resultados práticos obtidas pelas diversas ciências. Se puder se verificada na prática, uma filosofia é científica.